Desembargador Orlando Perri revela que detentos pagam de R$ 5 até R$ 20 mil por celular dentro da Penitenciária Estadual

“É sabido que não são somente os visitantes, familiares e amigos que trazem celulares para o presídio. Infelizmente, há corrupção dentro do sistema prisional”, afirmou.
Perri, que é supervisor do grupo de fiscalização do sistema prisional e socioeducativo no Estado, defendeu que juízes, promotores e até o governador deveriam ser submetidos a detectores de metal ao entrarem nas unidades. Ele observou que a presença de celulares nas prisões é uma questão que afeta todo o país.
“Precisamos intensificar a fiscalização para, se não conseguirmos eliminar, pelo menos reduzir ao máximo a entrada de celulares”, disse ele.
O governador já emitiu um decreto proibindo a entrada de celulares nas unidades prisionais, e Perri enfatizou a necessidade de garantir o cumprimento dessa norma, sugerindo a instalação de câmeras e equipamentos de raio-X na entrada dos presídios.
Bloqueios e operações
Após o caso das irmãs assassinadas em Porto Esperidião em setembro, cuja ordem partiu de um detento por videochamada, o secretário estadual de Segurança Pública, César Augusto Roveri, anunciou que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) começou a testar bloqueadores de sinal na PCE.
Os bloqueadores passaram por uma avaliação para verificar sua eficácia. Segundo Perri, até o momento, nenhuma empresa conseguiu atender aos critérios necessários, e a busca por soluções continua.
“O Estado está em busca de alternativas disponíveis no país. Sei que a Sesp já realizou algumas avaliações com diferentes empresas, mas, infelizmente, ainda não foi encontrada uma solução eficaz para bloquear os celulares”, destacou.
O desembargador também mencionou que as unidades prisionais estão sendo reformadas para remover tomadas que poderiam ser usadas para recarregar os aparelhos. Recentemente, a Sesp lançou a segunda fase da Operação Raio Limpo, que resultou na apreensão de 71 celulares, 130 chips e porções de drogas na PCE.
Três dos celulares foram encontrados escondidos na cadeira de rodas de um preso condenado por roubo, tráfico de drogas e outros crimes. Um vídeo mostrando a apreensão dos aparelhos foi divulgado.
Segundo o desembargador Perri, explica a imprensa que combater a corrupção no sistema prisional é um desafio complexo, mas algumas estratégias podem ser implementadas para torná-lo mais eficaz.
1. Aumento da Transparência
- Auditorias Regulares: Realizar auditorias frequentes e independentes nas unidades prisionais para identificar irregularidades.
- Relatórios Públicos: Publicar relatórios sobre as condições das prisões e a gestão dos recursos, permitindo que a sociedade acompanhe e pressione por melhorias.
2. Fortalecimento da Supervisão
- Corpo de Fiscalização: Criar ou reforçar equipes de fiscalização independentes, compostas por profissionais de diferentes áreas, para monitorar as atividades nas prisões.
- Tecnologia de Monitoramento: Implementar câmeras de segurança e sistemas de rastreamento para monitorar a entrada e saída de itens nas unidades.
3. Treinamento e Capacitação
- Formação de Funcionários: Oferecer treinamento regular para os funcionários do sistema prisional sobre ética, integridade e as consequências da corrupção.
- Programas de Conscientização: Promover campanhas de conscientização sobre os impactos da corrupção, tanto para os funcionários quanto para os detentos.
4. Reforço Legal
- Legislação Mais Rigorosa: Implementar leis mais severas para punir a corrupção no sistema prisional, incluindo penalidades para funcionários e agentes envolvidos.
- Proteção a Denunciantes: Criar mecanismos de proteção para aqueles que denunciam práticas corruptas, incentivando a colaboração.
5. Melhoria das Condições Prisionais
- Redução da Superlotação: Trabalhar para reduzir a superlotação nas prisões, o que pode contribuir para a corrupção e a violência.
- Acesso a Programas de Reabilitação: Oferecer mais programas de reabilitação e apoio psicológico, diminuindo a necessidade de práticas ilegais para sobrevivência.
6. Engajamento da Sociedade Civil
- Participação da Comunidade: Envolver organizações não governamentais e a comunidade na supervisão do sistema prisional, promovendo uma abordagem colaborativa.
- Fomento ao Voluntariado: Incentivar o trabalho voluntário em prisões, trazendo transparência e novas perspectivas sobre a gestão.
7. Uso de Tecnologia
- Bloqueadores de Sinal: Implementar tecnologia para bloquear sinais de celulares e outros dispositivos que possam ser usados ilegalmente.
- Sistemas de Gestão: Utilizar sistemas de gestão digital para controlar a administração dos estabelecimentos prisionais, reduzindo a possibilidade de manipulação.
Essas estratégias, quando implementadas de forma integrada, podem contribuir para a redução da corrupção no sistema prisional, promovendo um ambiente mais seguro e justo para todos os envolvidos.
Redação JA/ Foto: reprodução
Proteção Anti DDOS. Para seu website
Servidor dedicado no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Servidor VPS no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Hospedagem compartilhada para seus projetos online
Hospedagem Claud para seus projetos online