Greve retém 17,3 mil automóveis importados nos portos e reduz atividade em até 5%

A paralisação de servidores públicos que estão em greve já está retendo cerca de 17,3 mil veículos importados nas aduanas dos portos brasileiros. Os reflexos dessa situação sobre a cadeia produtiva nacional podem resultar em uma redução de até 5% na atividade econômica, conforme aponta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A paralisação de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estaria atrasando a liberação de milhares de contêineres nos portos do país, afetando tanto o comércio quanto a indústria automotiva, segundo a CNC. A entidade realizou um estudo para calcular o impacto desse impasse sobre a economia, considerando a média mensal de importação de 13,8 mil carros entre 2020 e 2023 para projetar os efeitos diretos, indiretos e induzidos da greve.

Atualmente, mais de 17 mil veículos automotores estão parados nos portos aguardando liberação alfandegária, o que representa mais de um mês de importações, de acordo com a CNC. O estudo indica que, para cada 1% de redução nos carros efetivamente importados, a atividade econômica cai 0,034%, incluindo efeitos diretos, indiretos e induzidos. Os 17 mil veículos retidos representam 132% da importação mensal, o que pode resultar em uma queda de até 5% na atividade econômica devido à paralisação nos portos brasileiros.

A CNC alerta que, caso a greve nos portos se mantenha, o impacto sobre a economia brasileira nos próximos meses pode ser ainda mais profundo. Portanto, a entidade defende que o governo federal avalie rapidamente as reivindicações dos servidores grevistas, a fim de garantir um desfecho favorável a todas as partes.

A paralisação dos servidores do Ibama e do Mapa afeta a oferta de diversos produtos importados no país, não apenas veículos, porém a CNC focou sua análise no segmento automotivo nesta primeira etapa do estudo.