“Vão me matar; tô sem ar”, grita homem abordado por PMs

O defensor público detido durante uma abordagem policial na Praça Popular, em Cuiabá, na última quarta-feira (03), afirmou que os PMs usaram de truculência durante abordagem contra ele, um procurador do Estado e um morador de rua. Eles não tiveram os nomes divulgados.
Em um novo vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver a ação dos militares. Nas imagens, o homem imobilizado pede por ajuda e afirma não conseguir respirar.
“Eles vão matar eu. Eu to sem ar. Tô sem ar”, relata o homem abordado.
Ainda nas imagens é possivel ouvir um militar respondendo à vítima. “É um procedimento da Polícia, não questione. Para quem tá com dó, é só dizer qual é o veículo que eu levo ele no veículo de vocês”.
Em nota enviada à imprensa, o defensor, que não teve o nome revelado, relatou que estava em uma confraternização entre amigos no bar Tatu Bola, após um jogo de futebol, quando o homem ensanguentado entrou no estabelecimento e pediu ajuda.
O defensor afirmou que interveio na situação, sendo informado pelos funcionários do estabelecimento que o homem ferido vivia em situação de rua e que as agressões contra ele teriam sido praticadas por policiais.
“Diante da conduta excessiva, o defensor relembrou casos de abusos envolvendo policiais, como o de George Floyd, assassinado no ano de 2020 nos Estados Unidos, e resolveu intervir, gravando a ação com o seu próprio aparelho celular”, diz trecho de uma nota enviada pelo defensor.
Ao ser questionado pelo defensor, que filma a ação, um dos militares responde novamente que se trata de um procedimento padrão.
O defensor ainda relata que, ao se identificar como servidor do Estado, passou a sofrer agressões verbais, além de ter o aparelho celular confiscado pelos militares.
O defensor alega que foi preso após solicitar o aparelho telefônico aos policiais na saída do estabelecimento.
Na delegacia de Polícia ele e o procurador do Estado foram liberados.
No boletim de ocorrência registrado na Polícia Militar, consta que a abordagem aconteceu um suposto caso de assédio sexual cometido por um dos envolvidos.
A Corregedoria-Geral da Polícia Militar atua na apuração do caso, bem como na abordagem dos militares.
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